domingo, 15 de março de 2015

Para entender a lista do HSBC no Globo

A matéria do Globo tá aqui:
http://oglobo.globo.com/brasil/lista-do-hsbc-tem-empresarios-de-midia-15596191



http://jornalggn.com.br/noticia/para-entender-a-lista-do-hsbc-no-globo


A publicação pelo Globo da lista de jornalistas e donos de grupos jornalísticos brasileiros com contas no HSBC fecha a primeira parte do ciclo.
Primeiro, desnuda de vez o jogo de Fernando Rodrigues, o único jornalista brasileiro com acesso à lista total do HSBC.
Lembrava-me há pouco um velho colega, que Rodrigues sempre teve fama de “listeiro” – o jornalista que consegue longas listas de nome e não consegue trabalhá-la, limitando a reproduzir listas.
No episódio HSBC foi pior.
Ao se deparar com o nome de donos de jornal, Rodrigues amarelou e jogou da pior forma possível. Tivesse dignidade, teria se afastado das investigações e transferido suas atribuições para terceiros. Em vez disso, montou um jogo de empurra, fingindo escrúpulos e receio de atingir inocentes quando, no fundo, apenas participava de uma trama para esconder as contas..
O alarido montado pelas redes sociais produziu um fenômeno. Atrás de um álibi para o fato de ter sentado na matéria, Rodrigues transferiu a responsabilidade para órgãos públicos, para quem ele teria transferido sua seleção pessoal de suspeitos – corto um braço se na lista de Rodrigues havia algum dono de grupo jornalístico.
A provocação fez o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo se mexer. Afinal, se um jornalista como Rodrigues desafiava o poder público a investigar os nomes, certamente não deveria haver risco de se deparar com tubarão. Como um bólido, com três meses de atraso solicitou a lista dos correntistas à França. Agora se sabe que, mais cedo ou mais tarde, apareceriam os nomes..
Daí que, em uma manobra preventiva, o Globo publica os nomes de jornalistas, donos de grupos jornalísticos e outras personalidades que estão na lista. Em breve serão alvo de investigações da Polícia Federal. Mas, saindo antecipadamente no Globo, tenta-se passar a sensação de que não há nada a temer.
Uma curiosidade: a conta da Folha foi aberta um mês após a invasão da Polícia Federal, no início do plano Collor. Entendia-se a preocupação com a guerra armada. A dúvida é que a economia estava vivendo o pleno bloqueio de cruzados.
Por Jotavê
Isso tudo ajuda a entender a "demissão" de Fernando Rodrigues da Folha. Sabendo que seu nome estava lá, Frias encontrou um modo de se blindar: se os "métodos de seleção" de Rodrigues fossem desnudados (como começam a ser), o jornalista estaria relativamente afastado do nome do jornal - a patranha apareceria num blog do UOL, enão nas páginas da Folha. O emprego da Eliane Cantanhede foi utilizado como cortina de fumaça A demissão dela deu a impressão de que estaria havendo um reequilíbrio ideológico, com maior equilíbrio entre esquerda e direita. Tudo isso para levar a bomba-relógio da lista para longe da redação. 

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