SEG, 26/10/2015 - 10:58
ATUALIZADO EM 26/10/2015 - 17:09
Jornal GGN - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, participou de uma sabatina promovida pela CBN, neste sábado (24). Na ocasião, tanto o prefeito, quanto o secretário municipal de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy, foram hostilizados, com frases como "comunistas, vão estudar" e "aqui é a terra dos coxinha". Apesar dos ataques, Haddad manteve-se com equilíbrio, respondendo a todos os questionamentos.
Mesmo diante da platéia intolerante e agindo reiteradamente com agressividade, Haddad não se intimidou quando perguntado sobre as denúncias que envolvem membros do seu partido, o PT. O prefeito falou do orgulho da militância que fundou o Partido dos Trabalhadores e afirmou que é característica das instituições democráticas também ter membros que passam por problemas. Exemplificou que até a Igreja Católica com as ações do Papa Francisco sofre dificuldades.
"O Papa Francisco está tendo dificuldades para sanear a igreja Católica. E quem imagina que você tem um partido, um único partido que não tenha pessoas problemáticas nas suas fileiras está completamente equivocado a respeito das instituições, completamente", disse.
A carona é livre
Pautas polêmicas estiveram entre as perguntas. Para aqueles que defendem o livre mercado no setor de transporte público, Haddad enfrentou e disse que o modelo proposto por alternativas, como por exemplo o Uber, não funciona. "O Plano Nacional de Mobilidade diz que toda atividade comercial envolvendo transporte é passível de regulamentação. Então não adianta o Uber querer o livre mercado aqui porque traz prejuízo para a cidade. A gente sabe o que acontece com o livre mercado na área de transporte", afirmou.
Questionou sobre como um modelo de Uber seria regulamentado, Haddad anunciou 5 mil novos alvarás que só irão funcionar em aplicativos para celulares, smartphones e tablets, "com a qualidade e o padrão desses existentes [atualmente]", garantiu. Também adiantou que a prefeitura está estudando uma brecha no Plano Nacional de Mobilidade para o "disciplinamento de um outro serviço remunerado", por meio de "taxis especiais regidos por aplicativos".
Independente do modelo discutido de transporte público, lembrou: "A carona é livre. Se não for um serviço remunerado, vai ser bom para a cidade. Se as pessoas compartilharem seus carros, tanto melhor", defendeu.
Nesse tema, Haddad explicou como funcionava o sistema de outorga e alvará para taxista, e disse que "a vista grossa acabou". "Nós privatizávamos um direito que é da prefeitura, pelo sorteio gratuito. Acabou, agora o sorteio é mediante pagamento de outorga (...). "Nós não vamos admitir que alguém se aproprie do que é de todos os ouvintes aqui".
"Quer dizer, a prefeitura vai ganhar em cima disso, né", disse a repórter da CBN. "O cidadão vai ganhar, Fabiana", retrucou. "Não é justo que uma coisa que tenha valor, pelo qual as pessoas estão dispostas a pagar, seja privatizado. E o município que tem investimentos a fazer perca esse valor fazendo as vistas grossas, fingindo que não ia ser transferido uma coisa que tem valor de mercado".
Metas em números
Uma das conquistas mais noticiadas da prefeitura de São Paulo foi a redução da velocidade de pistas, que já gerou resultados positivos nas estatísticas de mortes de pedestres por acidentes de carro. Haddad anunciou que as consequências irão se propagar para os motociclistas. "No primeiro semestre, nós devemos atingir 250 mortes a menos", afirmou.
O gestor retomou outro obstáculo para as cidades brasileiras: o lixo. Os dados da capital paulista são únicos: 40% de 20 mil toneladas por dia são retiradas das ruas, jogadas pela população. "Não conheço nenhuma cidade do mundo que 40% do resíduo sólido é varrido na rua", disse Haddad.
O prefeito ainda anunciou que até o ano que vem, a coleta seletiva de São Paulo será universalizada. "Já estamos em 85 distritos, vamos chegar a 96 distritos no ano que vem. Não vai ter rua de São Paulo sem coleta seletiva", completou.
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