quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Cunha estuda atrasar impeachment para se manter na Câmara

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O Jornal de todos Brasis
O movimento ocorre após quarenta e seis deputados assinarem o pedido de cassação do presidente da Casa, entre PT, PSOL, REDE, oposição e PMDB
Participantes da marcha pela liberdade, organizada pelo Movimento Brasil Livre, posam para foto durante encontro com o presidente da Câmara
 
Jornal GGN - Apesar de o PSOL e a Rede entrarem com o pedido de cassação do mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao todo foram 46 parlamentares que assinaram o requerimento oficial, incluindo Jarbas Vasconcelhos, do partido de Cunha, quatro membros de partidos da oposição, e mais da metade da bancada do PT, que somaram 32 deputados.
 
No requerimento redigido por Luis Araújo, do PSOL, e Gabriela Barbosa Batista, da Rede Sustentabilidade, levanta-se como provas para o afastamento de Cunha as denúncias contra ele, descritas pela Procuradoria Geral da República, na ação que tramita no STF, indicando que o presidente da Câmara recebeu, pelo menos, 5 milhões de dólares provenientes do esquema de corrupção da Petrobras, investigado na Operação Lava Jato. A denúncia foi aceita pelo STF no dia 21 de agosto. 
 
Os deputados também afirmam que Cunha prestou declarações falsas. "Não se tem acesso à declaração do Imposto de Renda do Representado", apontam, incluindo que o presidente da Câmara foi questionado na CPI da Petrobras, em março deste ano, afirmando que não tem "qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu Imposto de Renda". O requerimento lembra, contudo, que o Ministério da Suíça revelou a existência de contas de Cunha e de seus familiares no exterior.
 
Apesar de a grande imprensa disseminar, nesta terça (13), que o partido da presidente da República, o PT, não protocolou ao lado do PSOL e da Rede o pedido de cassação de Cunha, a maior parte das assinaturas são de petistas e representam mais da metade da bancada: 32 de 62 deputados.
 
Também é destacado o movimento da oposição, que por ora se mostra ao lado do presidente da Casa, e por outra, contra. Neste sábado (10), o agravamento das denúncias sobre as contas secretas fizeram os principais partidos de oposição cobrar publicamente que Cunha deixe a presidência da Câmara.
 
A nota foi assinada pelo PSDB, DEM, PPS, PSB e Solidariedade, através dos líderes Carlos Sampaio, Arthur Maia, Fernando Bezerra Filho, Mendonça Filho, Rubens Bueno e Bruno Araújo, pedindo o "afastamento do cargo de presidente até mesmo para que ele possa exercer, de forma adequada, seu direito constitucional à ampla defesa".
 
Contudo, não foram todos que aprovaram o requerimento no Conselho de Ética, ainda assim apoiado por uma parcela: dos cinco partidos, dois foram representados no pedido - três do PSB e um do PPS. Nenhum deputado do PSDB e do DEM, que ultimamente vem mostrado adesão à Cunha, sobretudo na tentativa de depor a presidente da República, protocolou oficialmente. 
 
O movimento dos principais líderes oposicionistas na Câmara revela que, apesar de publicamente solicitarem a saída de Eduardo Cunha, mantem o suporte nos bastidores ao presidente da Casa.
 
Ainda assim, a reação manifestada no sábado, e minoritariamente representada do pedido oficial nesta terça, incomodou Cunha. 
 
Em reunião com líderes da oposição na manhã de ontem, o presidente da Câmara mostrou-se irritado e disse que não era possível "confiar na oposição". O temor de Cunha é que, depois da decisão do STF e assim sob a responsabilidade única pelo pedido de abertura de impeachment de Dilma Rousseff, os partidos da oposição só se interessem por sua permanência até que dê início ao processo de queda da presidente.
 
Ele teria afirmado no encontro que, se abrir o impeachment de Dilma agora, "no dia seguinte" a oposição o tira da Câmara.
 
Essa tem sido a conclusão de Cunha para se mostrar disposto a indeferir a acusação contra a presidente elaborada pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. De acordo com o Painel da Folha, desta quarta (14), Eduardo Cunha disse em conversas reservadas que o pedido "foi contaminado" e se transformou em "peça maldita".
 
Enquanto isso, deputados da oposição se arrependem da nota divulgada no final de semana. O deputado Paulinho da Força, do Solidariedade, afirmou que seria preciso "consertar a m. que fizemos" e que a publicação foi "um erro, uma besteira, não acrescentou nada e só criou dificuldade para o nosso lado", disse.
 
Leia o requerimento de cassação de Cunha, abaixo:

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