sexta-feira, 29 de maio de 2015

Ninguém cuida da política econômica, por André Araújo

http://jornalggn.com.br/noticia/ninguem-cuida-da-politica-economica-por-andre-araujo
Por André Araújo
A tradição brasileira é de colocar sob o guarda chuva do Ministério da Fazenda a política econômica do País. A sua liderança se subordina ao Banco Central, o Banco do Brasil e todos os bancos públicos. A política monetária, cambial e de comércio exterior estão sob essa guarda chuva.
Mas não é o que acontece agora. Não há um gestor de política econômica, não há uma liderança que comande as ações coerentes entre as várias peças da política econômica. Descobre-se que o Ministro Levy é um administrador apenas da política fiscal, impostos e pagamentos. Não se vê por parte dele nenhuma narrativa sobre política econômica como um todo, emprego, crescimento, desenvolvimento. O Ministro é apenas um caixa.
O Banco Central se apresenta como ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE e o Ministro Levy parece que gosta assim.
Os demais Ministros da área econômica não têm política ou pelo menos não demonstram ter.
Assim fica a política econômica que dá o RUMO ao País órfã de pai e mãe, ninguém sabe qual é e para onde o País caminha. Ter como meta tantos bilhões de economia não é uma política econômica, mesmo porque essa economia e comida pelo aumento do gasto de juros provocado pelo Banco Central, que ao que tudo indica tem seu mundo próprio inteiramente desligado do que poderia ser uma política econômica de Pais, com começo, meio e fim.
A PRIMEIRA condição de uma política econômica é ser EXPLICITADA, conhecida por todos, clara, é um mapa do caminho, com preocupação social e política, com uma visão de mundo e do País nesse mundo, cuida da economia pública e privada, do macro e do micro.  Delfim e Roberto Campos davam COMPLETA DIREÇÃO à política econômica, todos sabiam para onde ia, para onde a economia caminhava. Hoje é uma COMPLETA INCOGNITA, não há direção alguma, não sabemos qual a porta de saída para o crescimento e para as reformas estruturais necessárias.
É preciso cortar despesas de 80 bilhões e os juros vão continuar a subir porque é preciso chegar ao centro da meta de 4,5% em 2016. Isso não é uma política econômica nem aqui e nem em um lugar nenhum. O Governo procurava um Ministro da Economia e achou um mero tesoureiro.
Quando se inicia um programa de  ajuste fiscal, antes de começar, o Ministro precisa dizer aonde quer chegar em termos de desenvolvimento, emprego e construção de Pais. Uma política econômica não é feita em cima de cortes de despesas para manter o grau de investimento, isso é meio, não é fim.  É tudo muito pouco, falta vibração e liderança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário