quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Monotrilho da linha 15 em SP está 5 anos atrasado e R$ 4,8 bi acima do previsto

Quando o roubo e desmando é no PSDB, a coxinhada não reclama, afinal não sai na Veja nem na Grobo.
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Governo do Estado não tem previsão para término da obra. Apenas duas estações estão em funcionamento

Da Rede Brasil Atual
Com apenas duas estações operando e sem previsão para a conclusão da obra, orçamento cresce inversamente ao investimento real, que ficou 60% abaixo do esperado entre 2011 e 2014.

O monotrilho da Linha 15-Prata do Metrô paulista iniciou operação comercial na manhã de hoje (10), com tarifa de R$ 3,50 e horário de atendimento das 7h às 19h. No entanto, os passageiros podem utilizar somente 11% de todo o trajeto previsto. Apenas o trecho entre as estações Vila Prudente e Oratório, com 2,9 quilômetros de extensão, está pronto. Enquanto a obra avança lentamente, o orçamento triplicou. De 2009, quando foi anunciada pelo ex-governador paulista e hoje senador José Serra (PSDB), até agora, o orçamento foi revisto de R$ 2,3 bilhões para R$ 7,1 bilhões.
A obra está cinco anos atrasada. A previsão de entrega do primeiro trecho – com 11 estações entre Vila Prudente e São Mateus – era para 2010. O restante, mais sete estações até Cidade Tiradentes, no extremo leste da capital paulista, estava previsto para 2012. A previsão é de que a linha transporte 550 mil pessoas diariamente, quando concluída. Hoje chega, no máximo, a mil pessoas por dia.
Atualmente, as estações São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tostói, Vila União, Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus estão previstas para 2017. De São Mateus até Iguatemi, a previsão é 2018. Porém, o trecho final – com mais seis estações – não tem previsão de entrega. Quando estiver concluída, a Linha 15-Prata deverá ter 26,6 quilômetros e 18 estações, integrando-se com a Linha 2-Verde, do Metrô, e a Linha 10-Turquesa, da CPTM.
Parte dos problemas se deve a um erro de planejamento. Foram “encontradas” galerias de água em locais onde seriam construídas parte das estações, o que demandou alterações no projeto. Mas os investimentos do governo Geraldo Alckmin (PSDB) na Linha-15 Prata também tem ficado abaixo do esperado, o que contribui para a lentidão na obra. O Plano Plurianual 2011-2014 previa investimentos de R$ 3,8 bilhões na obra. Mas somente R$ 1,5 bilhão foi aplicado – 60% menos.
Nesta linha do Metrô, até o início da operação comercial atrasou. Em março deste ano, a companhia informou que o formato inaugurado hoje seria iniciado em junho. Desde agosto do ano passado o sistema operava em testes. Primeiro das 10h às 15h, depois das 9h às 17h, sem cobrança de tarifa.
O sistema de monotrilho é criticado por especialistas em transporte por ter capacidade de transporte inferior à do Metrô comum. Enquanto este carrega até 50 mil pessoas por hora, os monotrilhos de grande capacidade carregam, em média, 30 mil, como o Chongqing, na China. Porém, o governo Alckmin e a Bombardier, empresa que fabrica os trens, afirmam que o monotrilho da Linha 15-Prata vai transportar até 48 mil passageiros por hora, tornando-o assim o maior do mundo. A velocidade máxima também é diferente: 100 km/h no Metrô; 80 km/h no monotrilho.
A Bombardier, fornecedora exclusiva dos veículos, é ré no processo de cartel e pagamento de propinas para vencer licitações no Metrô paulista. A denúncia feita em março deste ano pelo Ministério Público apura irregularidades nas contratações da empresa entre 2000 e 2007, período em que o estado foi governado por Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB, além de Claudio Lembo, vice de Serra, à época no PFL (hoje, DEM).

Segundo o MP, as empresas envolvidas no esquema – Siemens, Alstom, Bombardier, Mitsui, Temoinsa, Tejofran, MPE, MGE, Ttrans e CAF – combinavam entre si quem venceria a licitação e os preços que cada uma apresentaria na concorrência da licitação, de forma a superfaturar os contratos em até 30%. O rombo estimado é de R$ 835 milhões, em contratos de R$ 2,7 bilhões, à época. O MP ainda investiga a participação de agentes públicos no esquema.



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