quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Lava Jato concentra-se em denúncia de esquema do PMDB na Petrobras

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Os cinco investigados, atualmente, são denunciados por um contrato celebrado na estatal que teria como força política o partido de Cunha
 
 
Jornal GGN - A força-tarefa da Operação Lava Jato está trabalhando, atualmente, concentrada em cinco investigados: dois ex-funcionários da Petrobras e três lobistas. Juntos, eles formam a sustentação para denunciar o envolvimento do PMDB no esquema de corrupção da estatal.
 
Um deles é o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Zelada. Como revelado pelo GGN em julho deste ano, a relação de Zelada com o suposto crime cometido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é maior do que inicialmente divulgado pela imprensa. 
 
A ligação de um dos lobistas, Hamylton Padilha, com o PMDB também já é de conhecimento público. Ele seria o responsável por pagar a propina destinada ao segundo funcionário da estatal apontado nas investigações, o ex-gerente também da área Internacional da Petrobras, Eduardo Vaz da Costa Musa.
 
Raul Schmidt Felippe Junior, outro lobista. Sua função, segundo documento do Ministério Público Federal, era de repassar a Zelada a propina.
 
 
Mas foi João Augusto Rezende Henriques o real operador do repasse de propinas ao PMDB, segundo a equipe da Lava Jato. "Nesta negociação o interlocutor direto sobre o tema de propina seria João Augusto Rezende Henriques, ex-funcionário da Petrobras e conhecido como um lobista ligado ao PMDB", publicaram os procuradores na investigação.
 
E as apurações da Polícia Federal e do MPF sobre todos os cinco, acima descritos, são referentes a um contrato prioritariamente: o fornecimento do navio-sonda Titanium Explorer, com documento assinado em 2008. É o mesmo fato que sustenta os indícios de prática de crime por Eduardo Cunha, na denúncia enviada ao STF.
 
Para os procuradores, o contrato que originou vantagens a Zelada, lobistas e o PMDB foi uma continuidade da mesma prestação de serviços pela Samsung Heavey, que envolveu outros dois lobistas - Fernando Baiano e Júlio Camargo - durante a gestão de Nestor Cerveró à frente da área Internacional da Petrobras. Nessa ocasião, Baiano teria pagado pelo menos US$ 5 milhões para Cunha.
 
As menções ao PMDB e, possivelmente, à Cunha, Renan Calheiros ou outros membros do partido foram alvo de polêmica e de pedido de análise da sigla. Alegam que as investigações contra políticos, que detém foro privilegiado, devem tramitar apenas na Suprema Corte. 
 
Sergio Moro, juiz que comanda a Operação na primeira instância, no Paraná, já deu o recado. Disse a Lewandowski, presidente do STF, que fazer menção a Eduardo Cunha, presidente da Câmara, em processos da Lava Jato não é interferir no processo contra ele.
 
Com isso, a anterior preocupação da força-tarefa de não envolver nomes de políticos nessa fase de apurações na Justiça Federal do Paraná, com o receio de invalidar provas contra os parlamentares, foi abandonada. 
 
Nas 34 páginas de denúncia contra Zelada e outros cinco intermediários da propina, o PMDB de Cunha e Renan Calheiros é claramente apontado como fio condutor dos indícios de evasão de divisas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
 
"O pagamento de vantagem indevida destinada ao partido PMDB ocorreu por intermédio do lobista João Augusto Rezende Henriques mediante um segundo contrato de Comission Agreement também no valor de U$ 15.500.000,00 (quinze milhões e quinhentos mil dólares), que foi assinado na mesmo ano do primeiro, entre a sociedade VALENCIA DRILLING CORPORATION (Marshall Islands), empresa subsidiária do Grupo TMT e uma offshore indicada por João Augusto", dizem os procuradores.
 
Etapa da investigação
 
A força-tarefa agora busca dados de uma empresa offshore controlada pelo lobista João Augusto Rezende Henriques, que teria sido usada para abrir contas que movimentaram US$ 10,8 milhões em propinas do PMDB. 
 

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