sex, 11/09/2015 - 16:45
Atualizado em 11/09/2015 - 17:00
Jornal GGN - As confusões em cima dos movimentos
do ministro-chefe da Casa Civil não terminam. Mencionado em depoimento
da Operação Lava Jato, a imprensa adiantou-se e publicou, falsamente,
que o STF já havia aberto inquérito contra ele. Nesse meio de análises,
hipóteses, fatos ou suposições, essa sexta-feira (11) foi marcada pelo
"entra e sai" de Mercadante do próprio Ministério.
Primeiro, foi preciso uma resposta do próprio Supremo Tribunal
Federal e da Procuradoria-Geral da República, afirmando que a denúncia
envolvendo o ministro da Casa Civil "não têm relação aparente com
corrupção na Petrobras", mas que seriam, segundo as suspeitas, casos de
caixa 2, crime eleitoral.
O ministro relator Teori Zavascki disse, em decisão solicitando
redistribuir o caso, que "das análises dos atos, é possível constatar
que os autos descritos nesse procedimento não têm relação de pertinência
imediata das demais investigações sob minha relatoria, notadamente
relacionadas no âmbito da Petrobras".
A "correção" (glo.bo/1i4lI31 e bit.ly/1L6Smwy) e os "erramos" dos jornais veio apenas depois de três dias seguidos - de sábado (05) a segunda-feira (07), de publicações imputando Mercadante na Lava Jato.
Explicando algum tipo de apuração, a Folha disse que "duas fontes, sob
condição de anonimato, confirmaram" as informações inicialmente
divulgadas no Jornal Nacional e no O Estado de S. Paulo.
Ignorando a nota desta sexta-feira (11), admitindo "Folha cometeu erro ao noticiar inquéritos", o mesmo jornal impresso amanheceu hoje com a manchete: "Dilma busca nome fora do PT para substituir Mercadante".
A reportagem, que volta a utilizar "fontes em off", diz que a
presidente Dilma Rousseff "percebeu que precisa fazer um movimento de
impacto, com ressonância política" e que "avalia substituir seu braço
direito até mesmo por alguém de fora da política". A fonte não
identificada são "assessores" de Dilma, diz a Folha.
E foi preciso uma resposta do ministro
da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, em
nota oficial, para descartar o blefe levantado e garantir a permanência
do ministro da Casa Civil.
"Mercadante tem total confiança da presidente Dilma. Tem sido
fundamental nos projetos do governo e na construção da governabilidade. É
uma figura central para a construção de retomada das condições de
crescimento", disse Edinho Silva.
Uma das primeiras reportagens do Estadão
desta sexta foi a atuação conjunta da presidente Dilma com Mercadante,
para tentar recuperar apoio de lideranças da base no Congresso, diante
do resultado de queda de investimento pela agência de risco Standard
& Poor's.
Mas curiosamente, horas depois publica "PMDB e PT consideram Mercadante 'desagregador' e pressionam Dilma a substituí-lo", endossando a manchete de capa da Folha, ainda que após a negativa do Palácio do Planalto.
O jogo de suposições e respostas oficiais, contra ainda mais
hipóteses, é possível de ser analisado atentando-se àqueles que bancam a
informação. As colunas de opinião dos grandes jornais declaram
insistência pela saída do ministro-chefe da Casa Civil. "Trancada no
Planalto com Aloizio Mercadante e Edinho Silva, a presidente parece
sentada nos escombros da economia, da política, da cúpula histórica do
PT", opinou hoje Eliane Cantanhêde.
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