domingo, 13 de setembro de 2015

Juros altos? "Bra que, brimo?

 http://jornalggn.com.br/blog/rui-daher/juros-altos-bra-que-brimo-por-rui-daher

O Jornal de todos Brasis
Luís Nassif, neste GGN, escreveu “O Banco Central tornou-se um solista sem maestro” e “A crítica aos cabeças de planilha”, citando artigo de Dani Rodrik, professor em Harvard, publicado no Valor (11/09/15):  
“A economia não é o tipo de ciência na qual alguma vez poderá existir um único modelo genuíno que funcione melhor em todos os contextos. A questão não se trata de chegar a um consenso sobre qual modelo é certo (...) mas descobrir qual modelo se aplica melhor em determinada situação (...) em especial quando a escolha precisa ser feita em tempo real”.
Aproveito a deixa e aqui insiro mais uma obviedade que tolamente está prejudicando a economia e a vida dos brasileiros.
Eleita presidente, pelo voto predominante das camadas mais baixas da população, favorecidas pelos programas de inserção social, Dilma Rousseff vendo a economia não crescer, a inflação acima da meta e a situação fiscal se agravar, comprou tratamento Ravenna neoliberal de medicação cara, não vendida no Farmácia Popular.
Acreditou assim acalmar a galera que manda e levar o mandato em banho-maria até que um golpe de bons ventos trouxesse de volta a popularidade e a faixa presidencial ao peito de Lula.
Seria um bom roteiro, não ficassem evidentes os erros do primeiro mandato, os reflexos da Lava Jato, o racha em forma de Cunha na base aliada. Até aí é política e se remenda.
Economia, nem tanto, e seu maior erro foi engolir o samba de uma nota só do Banco Central: agressivo aumento de juros para controlar a inflação.
Enfim, ninguém consome, produz ou empresta. Onde, pois, a demanda? A economia está paralisada à espera de uma situação política que não virá. Se vier, nada mudará além da população de moscas em torno do estrume fabricado por ortodoxos que ainda não saíram do pasto para os suplementos minerais.
Pois bem, não deu certo, está dando ou dará. Não restabeleceu a confiança de quem investe e perdeu a de quem precisa. Mais: encheu de milho os silos da oposição, antes magra galinácea. Propiciou a volta da trinca de direita: Congresso, Judiciário e Mídia na luta pelo impeachment. Digamos que o Ravenna só fez emagrecerem ela e o País.
E, pasmem, corajosa ou tola, tentou isso com apenas duas balas no revólver: um rótulo – ajuste fiscal – e um homem - Joaquim Levy. Nada mais. Se houve, me avisem.
Com Levy, nem mesmo impediu que as agências de risco adiassem o castigo do rebaixamento. Na Rua 25 de Março, ouviríamos: “bra quê, brimo”?
Agora, talvez, nem mais tempo de redirecionamento haja. Ficou fácil demonizar incentivos aos investimentos públicos produtivos, empregos e consumo. Sim, porque empresário privado não investe sem perspectiva de demanda crescente.
Chegou-se lá e restará liquidar os programas sociais.
O ajuste fiscal de hoje é um amontoado de desajustes sobre os setores produtivos e a população empregada e assalariada.
Os anúncios, quando tenebrosos, fazem contrair o esfíncter dos agentes econômicos. Resultado: prisão de ventre.

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