sexta-feira, 24 de julho de 2015

As moedas imaginárias do José Serra, por Fernando Siqueira

http://jornalggn.com.br/blog/alex-prado/as-moedas-imaginarias-do-jose-serra-por-fernando-siqueira


Resposta de Fernando Siqueira ao senador José Serra:
Seguindo o DNA entreguista do PSDB (em 1995, FHC fez a mudança da Ordem econômica  da Constituição Federal que acabou com o Monopólio do Petróleo, das telecomunicações, do gás canalizado e da cabotagem, além de escancarar o subsolo brasileiro para as transnacionais), o Senador José Serra apresentou o PL 131/2015, que retira a Petrobrás de operadora única do pré-sal, desmontando o contrato de partilha e seus avanços. 
Tentando justificar o seu projeto entreguista , o Senador fez um artigo publicado no O Globo de 23/07/2015. Nesse artigo, o Senador mostra a confusão mental que o domina, ao tentar justificar o injustificável. Vamos mostrar dois exemplos:
1) “A dívida da companhia é de R$ 340 por barril de petróleo produzido, enquanto a média das petroleiras é de R$ 60”. Ora, o que significam esses dados? Rigorosamente ...nada! Se, por exemplo, a Noruega ao descobrir petróleo no Mar do Norte usasse esse raciocínio ela teria entregue o petróleo para as multinacionais, pois ela, até então,  não produzia nada. Qualquer empréstimo tomado pela estatal Statoil teria uma divida infinita. Digamos que a divida fosse US$ 1 bilhão, sendo a produção zero, 1 bilhão dividido por zero é um numero infinito. 
A dívida da Petrobrás foi feita para por em produção 74 bilhões de barris que tem de reservas a produzir, sendo 14 bilhões do pós-sal e 60 bilhões descobertos no pré-sal (Tupi – 10bi, Franco -10bi, Libra – 15bi, Iara 4bi, Sapinhoá – 2bi, Carcará, Carioca e outros 14bi, área das Baleias 5bi).  É, pois uma dívida para investimentos. Nenhuma petroleira tem um portfólio de reservas a produzir nesse patamar. Um número aceitável seria a divisão da dívida pelo numero de barris a produzir, ou seja, US$ 328bilhões da dívida, divididos pelos 74 bilhões de barris daria US$ 4 por barril. Este sim, um número que significa alguma coisa. E é o melhor entre as petroleiras. O que a produção, vinda de campos anteriores, tem a ver com isto?
2) Falando que as receitas do pré-sal são imaginárias (sic) ele cita Vilfredo Pareto: “é preciso  distinguir uma moeda de ouro de uma imaginária e se alguém afirmasse que não há diferença proporia uma simples troca: eu lhe dou moedas imaginárias em troca de moedas de ouro .
Vemos aí dois absurdos: i) o petróleo não é uma moeda imaginária, mas é o bem mais estratégico e valioso hoje, do planeta; ii) não existe moeda mais imaginário do que o dólar. É um papel pintado, sem qualquer lastro ou garantia e, no entanto, compra o ouro, o petróleo, e até algo ainda mais valioso: a consciência de muitas pessoas.   

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