quarta-feira, 29 de julho de 2015

Lava Jato pode atrasar entrega da usina nuclear de Angra 3

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Jornal GGN - Depois de a presidente Dilma Rousseff confirmar que as investigações da Operação Lava Jato causariam efeito negativo na economia brasileira, com a derrubada de um ponto percentual no PIB de 2015, a nova etapa deflagrada nesta terça-feira (28) também pode atrasar, ainda mais, a conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3. 
 
Na reunião com os ministros, nesta segunda-feira, para discutir nova estratégia de articulação da presidente dentro do Congresso, a equipe econômica admitiu um recuo de 1,5% do PIB registrado neste ano. Dilma mostrou preocupação com a paralisação de obras das empreiteiras réus do processo e a isso justificou parte da queda na economia. 
 
 
Com o foco das ações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal voltado para a Eletronuclear, empresa sediada no Rio responsável pela construção e pelo gerenciamento das usinas nucleares brasileiras, nova preocupação no atraso do ritmo das obras de Angra 3. 
 
Iniciadas em 1984, as obras civis da terceira planta nuclear brasileria ficaram paradas por 25 anos e foram retomadas somente em 2009. Na época, a previsão era um custo de R$ 7 bilhões, mas teve três anos de atraso em relação ao cronograma anterior (agora, a entrega prevista é para 2018) e mais que o dobro do custeio: R$ 15 bilhões. Os desdobramentos da Lava Jato podem ocasionar uma nova revisão do cronograma.
 
Á Folha de S. Paulo, o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção Civil de Angra dos Reis e Paraty, Carlos Silva, afirmou que não acredita na entrega para daqui três anos da Usina de Angra 3. "Trabalhei por 32 anos na central nuclear e não acredito que essa obra fique pronta em 2018", disse, lembrando que há 2,3 mil pessoas trabalhando nas obras, sendo que a previsão inicial era de 5 mil.
 
Na fase da Lava Jato deflagrada nesta terça-feira, denominada de Radioatividade, o presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, foi preso. Considerado o "pai" da energia nuclear brasileira, o almirante reformado foi responsável pelo programa nuclear da Marinha e pelo desenvolvimento da tecnologia de ultracentrifugação de urânio, um marco de sucesso na história tecnológica do Brasil. 
 
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