quarta-feira, 29 de julho de 2015

Nova fase da Operação Lava Jato atinge Eletronuclear

http://jornalggn.com.br/noticia/nova-fase-da-operacao-lava-jato-atinge-eletronuclear


Publicado às 10h20 e atualizado às 14h00
 
O presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva foi responsável pelo programa nuclear da Marinha
 
 
Jornal GGN - A Polícia Federal deflagrou nesta manhã a 16ª fase da Operação Lava Jato. Denominada de Radioatividade, o foco das investigações desta etapa são os contratos firmados com a Eletronuclear, para as obras da usina nuclear Angra 3 e pagamentos de propina a funcionários da Petrobras.
 
Cerca de 180 policiais federais cumprem 30 mandados, sendo 23 de busca e apreensão, 2 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva. As equipes estão em cinco cidades:  Brasília, Rio de Janeiro, Niterói, São Paulo e Barueri.
 
Além da investigação dos crimes de lavagem de dinheiro e prévio ajustamento de licitações, estão sendo analisados a formação de cartel e o pagamento indevido de vantagens financeiras a empregados da estatal.
 
Um dos presos na manhã desta terça-feira (28) é Othon Luiz Pinheiro da Silva, considerado o "pai" da energia nuclear no Brasil. Foi presidente da Eletronuclear, Eletrobrás Termonuclear, empresa sediada no Rio, responsável pela construção e pelo gerenciamento das usinas nucleares brasileiras. 
 
Segundo informações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, há indícios de que Othon teria recebido R$ 4,5 milhões de propina do consórcio formado pela empresas Camargo Corrêa, UTC, Andrade Gutierrez, Odebrecht, EBE e Queiroz Galvão.
 
De acordo com o procurador Athayde Ribeiro Costa, que integra a força tarefa da Lava Jato, o repasse ao então diretor-presidente da Eletronuclear ocorreu por intermédio de outras empresas, até dezembro de 2014, nove meses depois de deflagrada a Operação e após a prisão de vários empreiteiros.
 
Quem é Othon Luiz Pinheiro da Silva?
 
Vice-Almirante, Othon foi responsável pelo programa nuclear da Marinha, iniciando o projeto de separação isotópica do Urânio em 1979, que resultou na produção de 24 toneladas de hexafluoreto de Urânio através do financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Por meio de seus esforços, foi desenvolvida a tecnologia de ultracentrifugação de urânio, um marco de sucesso na história tecnológica do Brasil. 
 
Diretor de Pesquisas de Reatores do IPEN de 1982 a 1984, fundador do Programa de Desenvolvimento do Ciclo do Combustível Nuclear e da Propulsão Nuclear para Submarinos entre 1979 e 1994, exerceu o cargo de Diretor da Coordenadoria de Projetos Especiais da Marinha (COPESP), de 1986 a 1994. Seu currículo é um resumo da história da energia nuclear no Brasil.
 
Othon ocupava a presidência da Eletronuclear desde outubro de 2005, mas pediu o afastamento em abril, depois de notícias de que ele teria recebido propina nas obras da usina nuclear de Angra 3. As informações partiram da delação premiada de Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa.
 
Também foram alvos dos mandados de busca e apreensão Ricardo Ourique Marques, Renato Ribeiro Abreu, Petronio Braz Junior, Maria Celia Barbosa da Silva, Flavio David Barra, Fabio Andreani Gandolfo, Luiza Barbosa da Silva Bolognani, Ana Cristina da Silvia Toniolo e as empresas Eletronuclear, Aratec Engenharia Consultoria e Representações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário