Comentário do Vlad: eu inocente, pensava que o Maluf era o político mais cínico do Brasil. Se o PT tivesse o poder que o Cunha diz não estaria levando tanta porrada de todo lado. O Ministro da Justiça não sabe direito o que ocorre debaixo do seu nariz, como vai direcionar a PF e a PGR para pegar o Cunha. Para o PT, se tivesse todo esse poder, a prioridade seria para tirar os seus dirigentes da berlinda.
http://jornalggn.com.br/noticia/cunha-se-diz-vitima-de-perseguicao-politica-e-rompe-com-governo-dilma
SEX, 17/07/2015 - 17:40
Jornal GGN - Recentemente acusado de ter cobrado, em 2011, 5 milhões de dólares em propina do lobista Julio Camargo - que representava a Samsung em um contrato bilionário com a Petrobras -, o deputado Eduardo Cunha (PMDB) decidiu anunciar, nesta sexta-feira (17), o rompimento definitivo e "pessoal" com o governo Dilma Rousseff (PT), argumentando que tem sido "vítima" de uma "operação política" no âmbito da Lava Jato, patrocinada pelo PT com ajudar do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. "Não existe uma devassa dessa sem motivação", afirmou.
Cunha reuniu a imprensa em Brasília para sustentar que o "estopim" de sua separação com o Planalto é a "convicção absoluta que o governo está por trás da ação do Ministério Público [contra ele] em troca de reconduzir Janot [à PGR, que terá nova eleição este ano], além da devassa que mandaram fazer nas minhas contas", disparou, observando que sua decisão de sair da base aliada não foi debatida com a bancada do PMDB na Câmara. "Eu vou tentar fazer meu partido ir para a oposição. (...) O governo sempre me viu como uma pedra no sapato", acrescentou, em outro momento.
Informado de que Janot pode entrar com uma ação cautelar solicitando seu afastamento da presidência da Câmara, Cunha optou por fazer sua defesa perante a imprensa o mais rápido possível. Sem a presença de aliados de qualquer partido, ele acusou Janot e agentes do Ministério Público de forçarem Julio Camargo a fazer denúncias em depoimento que foi prestado pelo juiz Sergio Moro, que conduz a Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba, com o intuito de acrescentar as falas ao inquérito que a Procuradoria Geral da República conduz contra o peemedebista, sob orientação do Supremo Tribunal Federal.
"É muito estranho que numa mesma semana tenha a divulgação de juiz de primeiro grau [de delação] envolvendo o presidente [do Senado] Renan [Calheiros], depois uma operação para colocar helicóptero em prédio de senador, e depois um delator vem mudar sua versão em cima de mim, bem na semana em que o Congresso entra em recesso. O senhor Julio Camargo depôs ontem nesse processo, mas no Ministério Público ele já depôs há um mês, já mudou a versão de um mês. E ontem tinha parlamentares do PT aqui, falando a bocas pequenas, que o próximo passo é o procurador entrar com uma medida cautelar pedindo meu afastamento. Ou seja, é uma orquestração no dia em que eu tenho um pronunciamento marcado", disse Cunha, que prometeu não adiar a peça publicitária que encomendou para divulgar seu trabalho em rede nacional, na noite de hoje.
O deputado disse ainda que Moro é responsável por divulgar o depoimento contra ele mesmo sabendo que informações relacionadas a parlamentares devem ser apuradas apenas pelo Supremo, em função do foro privilegiado. Nesse sentido, Cunha falou que o juiz de primeira instância quer ser "dono do país" e "substituir" o STF. Ele prometeu encaminhar uma ação questionando a atuação do Ministério Público no depoimento prestado por Camargo a Moro, e solicitando que a delação seja remetida à Suprema Corte. "Ele acha que o Supremo se mudou para Curitiba", disparou contra Moro.
Sem critérios
Cunha ainda acusou Janot de ter procedimento "diferenciado" na condução da investigação da Lava Jato. Isso porque o doleiro Alberto Youssef também fez delações citando Dilma, Aécio Neves e Aloísio Mercadante, mas não houve, ainda, instauração de inquérito para averiguar as denúncias.
"Isso é operação política patrocinada pelo PT, pelo Ministério Público, procurador-geral com o governo - sabendo que ele [Janot] protege o governo nas suas ações de investigação, pois se fosse dar valor à declaração de Youssef, deveria ter aberto inquérito contra Dilma ou Mercadante. Eu não estou atribuindo culpa à presidente ou Mercadante, não estou dizendo que a delação é verdadeira, porque não deve ser, o delator não tem credibilidade, mas o procedimento [de Janot] deveria ser igual para todos." Segundo Cunha, "seletivamente estão pegando as coisas do senhor Youssef diz" e usando contra determinados políticos.
O que muda
Na prática, Cunha disse que nada mudará na Câmara a partir de seu afastamento pessoal da base aliada. Isso porque, segundo ele, não é certo que o PMDB acompanhe a decisão. Ele adiantou que o presidente nacional do partido, Michel Temer, ainda não se manifestou sobre isso. Apesar de ter sido alvo de denúncias essa semana, Renan tampouco compareceu à coletiva do correligionário, nesta sexta.
"Eu não estou pedindo para ninguém me seguir. Eu disse no pessoal: que eu vou defender o Congresso, que vou subir no palanque e defender minha posição. Não estou falando em nome de ninguém. Os deputados não têm de me seguir. É claro que tem gente que vai preferir ficar no governo. Isso é normal", avaliou.
Impeachment
O deputado fluminense também destacou que outra coisa que não muda na Casa é seu posicionamento sobre o impeachment da presidente Dilma. "O deputado Eduardo Cunha não pode ter posicionamento diferente do presidente Eduardo Cunha. E o presidente Eduardo Cunha sempre defendeu que essa discussão tem que se dar de maneira constituional, não por disputa eleitoral. Não vou mudar meu posicionamento. Eu não acho que tem que tacar fogo no país porque tem briga política. Eu não tenho esse perfil de incendiário da economia do país. Não é esse o espírito. Mas reafirmo que eu pessoalmente estou rompido com o governo."
Nenhum comentário:
Postar um comentário