terça-feira, 14 de julho de 2015

Procurador recebe denúncia de caixa 2 na campanha de Beto Richa

http://jornalggn.com.br/noticia/procurador-recebe-denuncia-de-caixa-2-na-campanha-de-beto-richa


Segundo depoimento de delator da Operação Publicano, ao menos R$ 2 milhões foram desviados da Receita do Paraná para o caixa do PSDB em 2014
Jornal GGN - O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime) do Paraná entregou ao procurador-geral de Justiça do Estado os trechos da delação premiada do ex-inspetor de fiscalização da Receita, Luiz Antônio de Souza, que denuncia o repasse de ao menos R$ 2 milhões em propina para a campanha do governador Beto Richa (PSDB), em 2014.
Em função da prerrogativa de foro privilegiado a políticos, parte da Operação Publicano - que apura esquema de corrupção fiscal no Paraná - teve de ser remetida ao Superior Tribunal de Justiça, onde Richa deverá responder às acusações. De acordo com o Jornal de Londrina desta terça-feira (14), o delator ainda citou o deputado estadual Tiago Amaral (PSB). "Ele é citado numa situação em que, como advogado, teria entregue propina de uma empresa para acertar a sua situação com a Receita", publicou o jornal.
As denúncias sobre a campanha de Beto Richa já fez com que o governador entrasse na Justiça em busca de acesso integral aos depoimentos e sigilo. Segundo os investigados que decidiram colaborar com o Gaeco, só em 2014 mais de 30 milhões de reais foram desviados da Receita estadual, sendo que ao menos 4 milhões foram repassados para o caixa do PSDB.
"Segundo Souza, o dinheiro da propina teria sido entregue ao ex-inspetor geral de fiscalização da Receita Estadual, Márcio de Albuquerque Lima e dele foi para Luiz Abi Antoun, primo em sétimo grau de Richa, distante no Código Civil, mas muito próximo politicamente. Uma única empresa teria dado uma propina de R$ 800 mil para a campanha, em troca do uso de créditos fictícios de ICMS, dinheiro que foi para o caixa da reeleição. O PSDB tem negado sistematicamente que a campanha da reeleição tenha recebido recursos oriundos de propina e que existisse um caixa dois", informou o periódico.
Márcio de Albuquerque Lima já foi apontado pelo Gaeco como amigo próximo de Richa. Eles seriam companheiros de corridas automobilísticas aos finais de semana. Ex-inspetor geral de fiscalização, Lima é considerado o chefe da quadrilha que cobrava propina de empresas interessadas em abater suas dívidas junto à Receita.
Já Luiz Abi Antoun é apontado como o operador da campanha de Beto Richa. As esposas de ambos tiveram um sociedade há alguns anos. Embora o governador tente aumentar a distância do primo, Luiz Abi atuou durante anos como assessor parlamentar do tucano, e ocupou cargos indicados por ele, segundo investigações do MP. Na Publicano, ele é apontado como braço político de Richa.
O delator Luiz Antônio de Souza já havia sido preso pelas autoridades do Paraná em uma operação que investiga uma rede de exploração sexual de menor. Grampeado, ele acabou sendo pego em flagrante em um motel, com uma menina de 15 anos.
Focados na crise política do governo Dilma Rousseff, os principais jornais impressos do país não publicaram nenhuma informação sobre a situação de Beto Richa nesta terça-feira (14).

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