TER, 21/07/2015 - 17:32
Jornal GGN - A possibilidade de o Senado rejeitar a recondução de Rodrigo Janot ao cargo de procurador-geral da República tem levantado teses de que o Ministério Público Federal, "100%" engajado na Lava Jato, não vai digerir a notícia muito bem. Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo desta terça-feira (21), os procuradores não pretendem "assimilar em silêncio" a eventual derrota do candidato mais votado pela classe.
"A escolha de alternativa que não tenha o endosso da categoria tornará o órgão 'rebelado' e 'ingovernável', na opinião de integrantes da força-tarefa que investiga políticos envolvidos na Operação Lava Jato", escreveu.
No próximo mês, os procuradores promoverão uma votação interna para escolher o substituto de Janot, cujo mandato termina em breve. Pelo destaque na Lava Jato, o atual PGR é favorito para permanecer ocupando o cargo. Dilma deve acatar o mais votado pelo Ministério Público e levar o nome ao Senado, que fará uma sabatina para avalizar ou não a indicação.
Como Janot tem irritado políticos de todos os partidos com as investigações que envolvem esquemas de corrupção na Petrobras, o Senado tende a afrontar o Planalto e rejeitar a reeleição do atual procurador-geral.
Ainda de acordo com a coluna, "procuradores que integram a equipe de Janot não aceitam que, em caso de rejeição pelo Senado, Dilma possa simplesmente indicar o segundo colocado aos parlamentares. Eles querem que seja realizada nova eleição." Mas a proposta não é consensual pois, na visão de uma parte dos procuradores, um novo pleito seria "um desrespeito aos colegas que concorrem e até à presidente da República".
Segundo o Painel da Folha, "caso o Senado rejeite a possível recondução do procurador-geral da República, o nome mais forte hoje para o cargo é o de Mario Bonsaglia." Ele deve ser o segundo mais votado da lista tríplice.
Até hoje, nenhuma indicação do Ministério Público endossada pelo presidente da República foi rejeitada pelo Senado.
Embora saibam que rejeitar Janot não vai melhorar a situação de ninguém com a Lava Jato, os senadores ainda podem lançar mão de outra estratégia: "protelar a votação [na Casa], para que Janot saia e seja substituído por um interino sem a mesma legitimidade de um procurador-geral eleito."
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