terça-feira, 7 de julho de 2015

Para entender a crise da Grécia

do blog do Nassif

Internamente, mesmo nos países centrais há uma enorme desinformação sobre mecanismos monetários e financeiros.
Foi essa desinformação que permitiu ao Banco Central Europeu aplicar recursos vultosos na Grécia, visando exclusivamente salvar o sistema financeiro nacional. O pretexto era preservar a pequena poupança popular. E, obviamente, os interesses dos grandes investidores.
A receita aplicada no país promoveu um desastre. Derrubou drasticamente o PIB grego, promoveu um desemprego em massa. Com a queda do PIB e da atividade, a relação divida/PIB aumentou de 100% para 180%.
Agora tem-se o seguinte dilema.
A boa técnica bancária consiste em adaptar a dívida à capacidade de pagamento do inadimplente. A dívida grega tem um peso pequeno no capital do BCE. Mas, aí, a democracia e os componentes eleitorais cumprem um papel paradoxal.
No caso da Grécia, significou um rompimento com as regras anteriores do BCE e a afirmação do interesse nacional.
Mas para seguir a boa técnica bancária, o BCE terá que realizar o prejuízo com os créditos à Grécia. E aí enfrentará o interesse nacional dos países centrais, a reação dos eleitores, especialmente da Alemanha e França, ao que consideram "ajuda"  a um país que não fez a lição de casa.

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