TER, 09/06/2015 - 12:39
ATUALIZADO EM 09/06/2015 - 16:06
Jornal GGN - Nos idos de 2013, o Jornal GGN falou sobre a concepção da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), criada pelo governo federal para realizar a difícil – e ainda assim necessária – tarefa de desenvolver o ambiente de negócios para concessões públicas em infraestrutura.
A EPL surgiu de uma necessidade de pensar de forma sistêmica, integrada, a infraestrutura nacional. Antes dela, cada setor enxergava exclusivamente o seu próprio modal. O desenvolvimento (quando acontecia) se dava de forma descentralizada, sem definição de um macroplano.
O primeiro passo foi realizar um amplo diagnóstico do déficit logístico brasileiro, consolidando estudos de diversas entidades. A partir daí a empresa estatal pôde fazer o que lhe competia: planejar o fluxo de investimentos elencando as prioridades.
Mas o problema do passado, a falta de um projeto multimodal robusto, deu lugar a outro: a dificuldade de atrair a iniciativa privada para investimentos de tão longo prazo e as dificuldades orçamentárias de realizar os aportes diretamente. E, principalmente, esbarrou na descontinuidade que tem marcado o governo Dilma. Pouco tempo depois de colocar a EPL em pé, Bernardo Figueiredo atritou-se com a presidente e pediu demissão.
De acordo com o levantamento da EPL, o déficit brasileiro em infraestrutura é de cerca de R$ 700 bilhões. Dos R$ 15 bilhões investidos por ano depois do PAC, seria necessário saltar para R$ 100 bilhões por ano. E manter esse ritmo de investimentos por pelo menos sete anos. Para só então poder voltar à velocidade de cruzeiro.
Claro que pela dinâmica das relações econômicas, o déficit aumenta na medida em que os investimentos não são realizados.
E desde a saída do primeiro presidente, Bernardo Figueiredo, em 2013, a EPL já teve outros dois dirigentes. Os grandes investimentos nunca vieram e mesmo a velocidade de cruzeiro diminuiu.
O Valor Econômico de hoje (9) afirma que a estatal está limitada a 28% do orçamento previsto para este ano (R$ 83,2 milhões dos R$ 288 milhões fixados para 2015). E o jornal especula que a empresa sequer é peça central do pacote de concessões que o governo anuncia hoje.
Bernardo Figueiredo, idealizador e primeiro presidente da EPL, pediu demissão após desgastes com a implantação do pacote de concessões. E de acordo com o Valor Econômico sequer foi convidado para o Palácio do Planalto, para cerimônia de apresentação do novo programa.
Atualmente, a EPL é presidida por Josias Sampaio Cavalcante Júnior, ex-diretor e ex-presidente da Valec. A empresa ainda emprega 168 pessoas e ocupa dois andares em um edifício no centro de Brasília.
De acordo com o Valor, a reacomodação da estatal já foi considerada, e até mesmo a descontinuidade das operações.
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