quarta-feira, 17 de junho de 2015

O parente distante e operador próximo de Beto Richa

http://jornalggn.com.br/noticia/o-parente-distante-e-operador-proximo-de-beto-richa


Nesses tempos de manipulação de notícias, não há nada de mais ridículo do que a caracterização permanente de Luiz Abi como "parente distante" do governador paranaense Beto Richa.
Qual a relevância de ser parente próximo ou distante? O fato que interessa é que Luiz Abi era operador de Richa, o sujeito que valendo-se da influência conferida pelo governador aparelhou o Estado com quadrilhas de toda espécie. Esse é o ponto central, independentemente do parentesco.
Observação
É interessante ler os comentários. Há uma sequências de comentários em defesa de Richa, todos com conteúdo semelhante, mostrando há uma boa estrutura de internautas nas redes do partido.

Luiz Abi interferia nas fiscalizações da Receita, diz auditor

Mesmo sem ter cargo na Receita Estadual, o parente distante do governador Beto Richa (PSDB) teria voz de comando no órgão, denunciou Luiz Antônio de Souza

Fábio Silveira

O empresário Luiz Abi Antoun, parente distante do governador Beto Richa (PSDB), interferia nas fiscalizações da Receita Estadual em Londrina, inclusive encerrando fiscalizações. Um dos casos em que a atividade teria sido finalizada por ordem de Luiz Abi foi o da GV Alumínios, que pertence a um sócio dos filhos do primo de Richa em outra empresa, a Alumpar. A GV Alumínios contribuiu com R$ 5 mil para a campanha de Gustavo Richa (PHS) a deputado estadual no ano passado – ele não foi eleito e cumpre mandato como vereador em Londrina. Já a Alumpar contribuiu com R$ 100 mil para a campanha de Beto Richa à reeleição, também no ano passado, como mostra prestação de contas da campanha do tucano junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).


Esse é um dos casos de interferência de Luiz Abi nas ações da Receita Estadual denunciados pelo auditor fiscal Luiz Antônio de Souza ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Souza colabora com as investigações a partir de um acordo de delação premiada. Segundo o auditor, a fiscalização foi aberta em 2011 pelo então inspetor regional de Fiscalização, Milton Digiácomo.
Segundo Souza, o auditor destacado para essa fiscalização foi Amado Batista Luiz, que também foi preso preventivamente na semana passada, na segunda fase da Operação Publicano. “O fiscal efetivamente iniciou a fiscalização na GV Alumínios, contudo, logo em seguida, veio a ordem de Luiz Abi para encerrar a investigação sem autuação”, disse Souza em depoimento prestado ao Gaeco em 4 de maio. Ainda conforme o delator, “Luiz Abi passou essa ordem para Márcio de Albuquerque Lima”. Lima era o delegado da Receita em Londrina na época. A nomeação dele é atribuída por Souza a Luiz Abi, que embora não tivesse cargo no governo, era considerado “eminência parda” na gestão de Beto Richa.
A fiscalização foi encerrada sem que a GV Alumínios tivesse entregado a documentação pedida pela Receita Estadual. Conforme Souza, o relatório feito pelo auditor diz que a fiscalização foi realizada e que “a empresa estava regular, apesar de sequer ter realizado efetivamente a fiscalização”.
A reportagem não conseguiu fazer contato com a GV Alumínios ontem à tarde. O advogado de Luiz Abi, Antônio Carlos Coelho Mendes, disse que não daria entrevista ao repórter.
Investigações
O Gaeco começa a ouvir nesta semana as 50 pessoas que foram presas na semana passada, na deflagração da segunda fase da Operação Publicano. Um dos depoimentos mais esperados é o de Luiz Abi, considerado pelos investigadores como responsável pela indicação dos cargos de chefia na Delegacia da Receita Estadual em Londrina e um dos “cabeças” do suposto esquema sob investigação. A Operação Publicano investiga a denúncia de que auditores fiscais, contadores e empresários teriam formado uma “organização criminosa” para favorecer a sonegação de impostos mediante o pagamento de propina.

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