terça-feira, 9 de junho de 2015

Odebrecht: polêmicas "estéreis e falsas" sobre BNDES afastam oportunidades

http://jornalggn.com.br/noticia/odebrecht-polemicas-estereis-e-falsas-sobre-bndes-afastam-oportunidades


Jornal GGN - Na página 7 do Valor desta terça-feira (9), um anúncio da Odebrecht tenta esclarecer o noticiário que atinge obras da empresa com financiamento do BNDES no exterior. As manchetes sobre a Odebrecht ter recebido, entre 2007 e 2015, cerca de US$ 8 bilhões do Banco de Desenvolvimento faz parte de "uma história muito mal contada e que deve ser esclarecida", informa a peça publicitária.
Sem citar grupos de comunicação, a Odebrecht sugere que a cobertura da mídia em torno de financiamentos em países como o Panamá estão recheadas de "manipulação da verdade, ignorância e má-fé".
A empresa explica que o papel do BNDES não é emprestar dinheiro para empresas brasileiras fazerem obras no exterior. "Empresta para clientes estrangeiros comprarem do Brasil os produtos e serviços que precisam para fazer suas obras. Trata-se de um crédito para exportação, com o dinheiro nunca saindo do Brasil. (...) Trata-se de uma política de Estado praticada por todas as grandes economias mundiais", aponta.
E emenda: "Infelizmente, enquanto outros países como Alemanha, China, Coreia, Espanha, Estados Unidos e Itália estendem cada vez mais linhas de crédito para que suas empresas ampliem seus negócios no mercado internacional e gerem novas riquezas, aqui desperdiçamos tempo e energia discutindo fantasias, enredados em polêmicas estéreis."
Uma dessas fantasias, segundo a companhia, "é alegar que obras deixaram de ser feitas no Brasil por conta desses empréstimos para exportação."
Diz a Odebretch que conquistou há poucos dias a segunda linha do metrô do Panamá e fará a obra com financiamento de bancos do Japão, Estados Unidos e Alemanha. "Se fosse via BNDES, iriamos gerar ou preservar muitos empregos no Brasil, em um momento que precisamos disso. Essas polêmicas estéreis e falsas sobre os créditos de exportação do BNDES afastam oportunidades", dispara a empresa.

Leia a íntegra da nota abaixo:

"ODEBRECHT RECEBEU US$ 8 BILHÕES DO BNDES PARA OBRAS NO EXTERIOR ENTRE 2007 E 2015"
Essa afirmação, entre outras que vêm sendo repetidas ultimamente, faz parte de uma história muito mal contada e que deve ser esclarecida.
Entenda por que isso não é verdade, por que esse valor é baixo e por que o financiamento do BNDES é bom para o Brasil.
É fundamental entender que:
O BNDES não empresta dinheiro para empresas brasileiras fazerem obras no exterior.
Empresta para clientes estrangeiros comprarem do Brasil os produtos e serviços que precisam para fazer suas obras. Trata-se de um crédito para exportação, com o dinheiro nunca saindo do Brasil. O crédito para exportação no Brasil é uma política de Estado e não um programa de Governo. Foi implantado em 1966, com o FINEX, gerido pela então CACEX; depois com o PROEX, gerido pelo Banco do Brasil, e nos últimos 20 anos pelo BNDES.
Trata-se de uma política de Estado praticada por todas as grandes economias mundiais. Infelizmente, enquanto outros países como Alemanha, China, Coreia, Espanha, Estados Unidos e Itália estendem cada vez mais linhas de crédito para que suas empresas ampliem seus negócios no mercado internacional e gerem novas riquezas, aqui desperdiçamos tempo e energia discutindo fantasias, enredados em polêmicas estéreis.
Uma dessas fantasias é alegar que obras deixaram de ser feitas no Brasil por conta desses empréstimos para exportação. É o mesmo que dizer que o Brasil não pode exportar soja e carne porque sua população ainda se alimenta mal. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.
Há inúmeras alternativas de financiamento para bons projetos no país. Se nossa infraestrutura não deslancha, é preciso avaliar as verdadeiras causas e tomar medidas efetivas para tanto.  As informações distorcidas que vêm sendo ventiladas apontam para um caminho que nos afasta da verdade e nos distancia de um avanço definitivo em nossa economia.
A realidade é que a Odebrecht trouxe US$ 8 bilhões em oportunidades para o Brasil
Apenas em 2014, 2.783 empresas brasileiras exportaram produtos e serviços financiados com os recursos do BNDES para os contratos da Odebrecht Engenharia e Construção no exterior. Dessas, 2.100 são pequenas e médias empresas, muitas acessando pela primeira vez o mercado externo.
1,5 milhão de empregos foram gerados ou preservados no Brasil por meio desses contratos de exportação da Odebrecht Engenharia e Construção, entre 2007 e 2015.
Se o BNDES não tivesse liberado o crédito de US$ 8 bilhões, essas obras teriam sido executadas apenas com financiamentos externos, transferindo esse volume de empregos para outros países. E nem por isso qualquer outra nova obra teria, necessariamente, sido executada no Brasil.
Tudo isso com inadimplência zero para o BNDES, já que nenhum cliente da Odebrecht Engenharia e Construção deixou de honrar seus compromissos com o BNDES nos mais de 35 anos que a Odebrecht atua no exterior.
E esses números não são ainda mais relevantes porque o crédito para exportação do Brasil é um dos mais restritivos e caros do mundo, e o pouco que existe é atacado continuamente, por ignorância ou má-fé.
O Brasil perdeu mais uma oportunidade
A última conquista de obra da Odebrecht Engenharia e Construção no exterior se deu há alguns dias. Trata-se da segunda linha do metrô da cidade do Panamá. O financiamento internacional será feito por bancos do Japão, dos Estados Unidos e da Alemanha. Caso o financiamento fosse brasileiro, via BNDES, iríamos gerar ou preservar muitos empregos no Brasil, em um momento em que, mais do que nunca, precisamos disso.
Essas polêmicas estéreis e falsas sobre os créditos para exportação do BNDES afastam as oportunidades para exportarmos mais e fazermos o Brasil crescer.
Quantas oportunidades ainda vamos perder?
A Odebrecht Engenharia e Construção é uma das líderes mundiais na exportação de bens e serviços para projetos de engenharia. Conquistou e executou projetos de mais de US$ 120 bilhões em 20 países entre 2007 e 2015.
A Odebrecht Engenharia e Construção exportou do Brasil US$ 8 bilhões, mas poderia ter exportado muito mais, já que importou de outros países para suas obras no exterior mais de US$ 20 bilhões no mesmo período. Os créditos do BNDES para os nossos clientes respondem por menos de 8% do faturamento da Odebrecht Engenharia e Construção no exterior. Um valor que poderia e deveria ser bem mais significativo
Foram mais de US$ 20 bilhões de oportunidades perdidas pelo Brasil, pelas dificuldades aqui impostas, e pelos incentivos concedidos à Odebrecht por outros países através dos seus bancos e agências de fomento à exportação.
Mesmo tendo a Odebrecht Engenharia e Construção, uma das maiores empresas internacionais do setor, o Brasil possui apenas 2,4% do mercado mundial de exportação de serviços de engenharia, que somou US$ 543 bilhões em 2014. São centenas de milhares de oportunidades de emprego que não estão sendo geradas e de crescimento econômico desperdiçado.
Esta é a verdade que precisa ser dita e conhecida!
Temos que incentivar o BNDES e os exportadores brasileiros a gerarem cada vez mais emprego e renda para o Brasil e não aceitar essa contínua manipulação da verdade, por ignorância ou má-fé.

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