quarta-feira, 24 de junho de 2015

Lula: "Cada empresa lá fora era uma bandeira do Brasil num outro país"

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Por Tereza Cruvinel
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez hoje para o 247 uma defesa de sua atuação em favor da maior inserção das empresas brasileiras no exterior, destacando os ganhos obtidos com isso pelo país e lembrando que se tal atividade dos presidentes fosse criminalizada em outros países, Bill Clinton não teria se empenhado para que a americana Raytheon vendesse o SIVAM para o Brasil.
– Tenho orgulho de ter sido o presidente que mais trabalhou para abrir mercados para as empresas brasileiras no mundo. Quero ser lembrado como o presidente que mais levou comitivas de empresários, dos mais diversos setores, em suas viagens. Levei centenas de empresários comigo à China, à Índia, à África, aos quatro cantos do mundo.
Depois de desfiar alguns números, Lula acrescenta:
– Cada empresa brasileira que conquistava mercado lá fora para nós era uma bandeira do Brasil fincada num outro país. Eu dizia ao Furlan e ao Miguel Jorge: vocês têm que ser verdadeiros mascates do Brasil. E eles também saíram pelo mundo fazendo isso.
O empresário Luiz Fernando Furlan foi primeiro ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio de Lula, substituído no segundo mandato pelo executivo Miguel Jorge. Em 84 viagens internacionais, Lula recorda ter levado comitivas empresariais, o que dá uma média de dez por ano, ou quase uma por mês. Ele cita de cabeça alguns números, como o salto do fluxo de comércio internacional do Brasil, que em seus dois mandatos passou de US$ 107 bilhões para US$ 383 bilhões. Recorda que em oito anos o saldo na balança comercial passou de US$ 1 bilhão para US$ 35 bilhões. Que embora o comércio com a Europa tenha triplicado de volume, e tenha aumentado também com os Estados Unidos, parceiros tradicionais do Brasil, houve uma diversificação de relacionamentos. Com a China, o comércio bilateral passou de US$ 3 bilhões para US$ 49 bilhões entre 2002 e 2013, e com a África de US$ 2,3 bilhões para US$ 11 bilhões no mesmo período. E ao final arremata, citando o exemplo de Clinton.
– Se os presidentes da República tivessem que ser criminalizados por ajudarem as empresas de seu país, o Bill Clinton não teria ajudado a americana Raytheon a vender on Sivam para o Brasil.
A compra do Sivam – Sistema de Vigilância da Amazônica -resultou no primeiro escândalo de corrupção do governo Fernando Henrique, em 1998.
A atuação internacional de Lula vem sendo questionada desde o início da Operação Lava Jato. Desde então, só a revista Veja já publicou cinco capas especulando que um dos presos vai denunciar Lula, envolvendo-o com os casos investigados pela operação. Em uma, o personagem foi o doleiro Alberto Youssef, depois o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, seguido de Ricardo Pessoa, da UTC, de Leo Pinheiro, da OAS, e agora do presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht.

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