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sex, 11/09/2015 - 09:41
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy,
disse que vale a pena "pagar um pouquinho mais de imposto" para
possibilitar a recuperação econômica do país. “É um investimento que
vale a pena. A gente não deve ser vítima de uma miopia na questão dos
impostos.[...] Se a gente tiver que pagar um pouquinho mais de imposto
para o país ser reconhecido como país forte, tenho certeza de que todo
mundo vai querer fazer isso”, disse o ministro, em entrevista à imprensa
hoje (10) no Ministério da Fazenda.
Ele não confirmou aumento de impostos.
Disse que estão no Congresso medidas que devem ajudar na reestruturação
fiscal do país. Uma delas é a reforma do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS), que deve acabar com a guerra fiscal entre
os estados. Outra é a repatriação dos recursos ilícitos de brasileiros
no exterior.
A reforma do ICMS é debatida no Senado.
No caso da repatriação, Levy informou que o governo enviou nesta
quinta-feira (10) projeto de lei ao Congresso tratando do assunto, em
substituição à proposta do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que era
a que vinha sendo discutida.
O ministro ressaltou o esforço de
economia do governo. “O governo, este ano, cortou R$ 80 bilhões em
relação ao Orçamento votado em abril e manterá a economia no ano que
vem. Dada a mudança do desenvolvimento econômico e por gastos do
passado, que temos que honrar agora, não alcançaremos a meta sem medidas
adicionais. O governo tem mostrado grande disciplina fiscal”, disse.
Levy admitiu o impacto na economia do
anúncio da Standard&Poor's de reduzir a nota de crédito do Brasil,
retirando o grau de investimento do país. “O episódio, sem dúvida
nenhuma, terá impacto nas condições de crédito. Por isso, é tão
importante tomar as medidas necessárias, cortar despesas e encontrar
receitas”, afirmou. O ministro negou que o trabalho de recuperação
fiscal esteja encerrado. Segundo ele, há “bastante trabalho pela
frente”.
O ministério da Fazenda emitiu uma nota
“reafirmando o compromisso com a consolidação fiscal”, e lembrou medidas
tomadas para ajustar as contas do país. A notícia foi comentada naCâmara e no Senado.
A S&P disse que a proposta
orçamentária do país para 2016, prevendo um déficit primário de R$ 30,5
bilhões, em lugar da meta anterior de superávit de 0,7% do Produto
Interno Bruto (PIB) estimado anteriormente, contribuiu para a decisão do
rebaixamento.
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