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por Redação* — publicado 05/07/2015 18h20, última modificação 05/07/2015 18h28
Mais de uma hora antes da divulgação oficial do resultado, a celebração da vitória do "não" já ocorria em Atenas
Makis Sinodinos
Gregos comemoram resultado do referendo e "não à austeridade"
Os eleitores gregos rejeitaram, emreferendo realizado neste domingo 5, aspropostas dos credores internacionais – Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional. Com aproximadamente 80% das urnas apuradas, mais de 60% dos eleitores optaram pelo "não" e o cenário não pode mais ser revertido.
Nikos Filis, o porta-voz do Syriza, partido de esquerda que governa o país, afirmou que o resultado dá “força ao governo para se mover com rapidez e poder chegar a um acordo que normalize a situação do sistema bancário” da Grécia.
Mais de uma hora antes da divulgação oficial do resultado, a celebração da vitória do "não" já ocorria na Praça Syntagma, em Atenas. Grupos de manifestantes chegaram ao local carregando milhares de bandeiras gregas. Nas avenidas próximas à praça, era possível ouvir buzinas de automóveis em sinal de apoio às projeções que apontam a vitória do não no referendo.
Cerca de 10 milhões de eleitores foram chamados a votar no referendo sobre se aceitam ou não as medidas de austeridade propostas pelos credores internacionais em troca de ajuda financeira ao país. Segundo a agência de notícias grega Amna, a participação eleitoral foi cerca de 65%, a mesma registrada nas eleições legislativas de janeiro.
Antes da apuração, as televisões gregas divulgavam projeções que indicavam vitória do "não" por margem reduzida, o que acabou se mostrando um equívoco.
Entenda a crise na Grécia?
A crise teve início com a recessão, seis anos atrás. Os socialistas (Pasok) cederam a uma política econômica de austeridade imposta pela chamada “troika” (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional). Assim, obtiveram 110 bilhões de euros em 2010. No entanto, a situação do povo é desastrosa. Déficits públicos, desemprego, pobreza, queda de produtividade etc. No plano político, um dos resultados foi a demissão do então premier socialista George Papandreou, do Pasok, a legenda dominante no pós-Segunda Guerra Mundial. Papandreou, filho de Andreas Papandreou, fundador do Pasok, deixou o cargo em novembro de 2011.
O governo conservador do ex-primeiro-ministro Antonis Samaras, da Nova Democracia, em coalizão com o Pasok, continuou as reformas draconianas para manter a Grécia na Zona do Euro. Samaras achava que o programa de austeridade eventualmente renderia frutos. Não foi o caso. Eis um motivo importante: a taxa de juros tem sido mais elevada do que a de crescimento. Por essas e outras, Alexis Tsipras, líder da legenda radical de esquerda Syriza, venceu as legislativas de domingo 25. A prioridade do premier Tsipras é renegociar a dívida com os credores internacionais, e pôr um fim na política de austeridade.
*Com informações da Agência Brasil e Agência Lusa
"O maior problema para a Europa não é a Grécia, mas sim a Alemanha", diz o economista e professor americano, Prémio Nobel da economia 2001, Joseph Stiglitz.
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